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GESTÃO ESTRATÉGICA DE CUSTOS EM NOSSAS GRÁFICAS

Quando o Calo aperta, uns vão embora da festa  achando desculpas,

               enquanto outros continuam a dançar descalços e atingem as suas metas...

A ABORDAGEM QUE QUEREMOS DESENVOLVER HOJE, NA VERDADE, NÃO SÃO OS CUSTOS. É O PREÇO DE VENDAS QUE IREMOS PRATICAR E QUE ESTÁ DANDO MARGEM A MUITAS DISCUSSÕES EM TODOS OS ESTADOS DO BRASIL EM TODOS OS SEGMENTOS DE MERCADO E EM TODOS OS TAMANHOS E CATEGORIAS DE EMPRESA.

Quando nos referimos a custos em nossas gráficas, geralmente o que ouvimos é alguma coisa sobre custo hora, mapa de custos, custos fixos, margem de contribuição, etc.

Mas será que custos nas empresas se reduzem somente às abordagens que acabamos de citar? Certamente não! A gestão estratégica de custos nos conduz a uma análise dos custos sob um contexto bem amplo, em que os elementos estratégicos se tornam ainda mais conscientes, explícitos e formais. Nestas situações, os dados de custos são usados para desenvolver estratégias superiores a fim de se obter uma vantagem competitiva sustentável. Acho que estou falando de uma forma difícil de se entender. Pois quero passar o meu recado e não falar bonito.

Estou de certa forma cansado de ensinar há mais de 30 anos a mesma coisa e o pior é que, ou não entendem ou não dão bola. Continuam a calcular papel vezes 3 ou, 10% mais barato do que o concorrente. Quem é que disse que o concorrente está certo? Será que ele pagou pelo papel a mesma coisa que eu consegui na minha negociação? Quais são os custos dele? É possível que não embutiu todos os custos e com isso vende mais barato? E no fim do mês sobra dinheiro para ele convidar a patroa e os filhos para comer uma pizza?

O método de centros de custos que utilizamos hoje na indústria gráfica e usada pelos fornecedores de programa de custos, teve sua origem na Alemanha no início do século XX, onde é conhecida pela sigla RKW – ReichsKuratorium der Deutschen Wirtschaft – que consiste em ratear, aos produtos todos os gastos da empresa; não só custos, mas também despesas comerciais, administrativas e até mesmo as despesas financeiras sendo que os juros sobre o capital são também incluídos.

Não pretendo aqui explicar como se elaboram os custos de cada um dos segmentos gráficos, pois para isso existem seminários específicos. A gestão estratégica de custos nos orienta para que tenhamos um estudo e uma análise mais criteriosa e sugere três temas:

 

Análise da Cadeia de Valor

A cadeia de valor de qualquer empresa em qualquer setor pode ser considerada pelo conjunto de atividades criadoras de valor desde as fontes de matérias-primas básicas, passando por fornecedores de componentes e até o produto entregue nas mãos do consumidor. Vale considerarmos que existe diferença entre cadeia de valor e valor agregado. Geralmente o valor agregado começa muito tarde e termina muito cedo, ganhando um enfoque mais interno, visando acrescentar valor a um produto ou serviço. No caso da cadeia de valor o enfoque é externo à empresa considerando cada empresa em sua cadeia global de atividades geradoras de valores, desde as matérias-primas básicas até o cliente final.

 

Análise de Posicionamento Estratégico

Na gestão estratégica de custos, o papel da análise de custos difere das mais variadas formas dependendo de como a empresa escolha competir. Esta escolha que define qual será o posicionamento estratégico a seguir pela empresa. Muitas empresas podem optar por uma liderança de custos, ou seja, buscando oferecer menores custos ou então oferecendo produtos e serviços que sejam superiores qualitativamente e se permitindo usar custos um pouco mais elevados.

 

Análise de Direcionadores de Custos

No gerenciamento estratégico de custos sabemos que o custo é direcionado e tem sua causa nos mais diversos fatores e se relacionando de formas complexas. Compreender o comportamento dos custos não envolve apenas uma apuração de um mapa de custos determinando o custo hora/homem ou o custo hora/máquina de um centro produtivo, mas sim, compreender a complexa interação do conjunto de direcionadores de custo em ação em uma determinada situação.

Quando tratamos do assunto custos dentro de nossas gráficas não podemos deixá-los reduzidos de maneira simples a custos fixos, variáveis ou mistos. Elaborar um mapa de custos, utilizando uma metodologia adequada, com informações verdadeiras provenientes de uma pesquisa séria dos diversos setores da empresa, é muito importante sem dúvida alguma, mas não é suficiente para futuras escolhas estratégicas.

Como estamos falando de gestão estratégica de custos, vamos dar uma espiadinha e ver, onde podemos reduzir custos em nossas gráficas. E são muitos itens muitas vezes pequenos, que em sua somatória representam uma expressiva economia. Mas vamos lá...

 

VAMOS SETORIZAR encontrando maneiras criativas para reduzir nossos custos,  dando início  PELA ÁREA DE FINANÇAS:

 

VERIFIQUE PRIMEIRO EM QUE REGIME TRIBUTÁRIO SUA GRÁFICA SE ENCONTRA.

É possível diminuir a quantia gasta com impostos verificando se a empresa está no enquadramento tributário adequado. Normalmente quem determina a classificação da sua gráfica perante o fisco é o contador. Nem sempre ele conhece detalhes da sua empresa no contexto do mercado. Os regimes de Lucro Real, Lucro Presumido e Simples Nacional têm alíquotas diferentes, além de créditos e deduções próprios, e vale simular, com seu contador, em quais enquadramentos a empresa poderia entrar e quanto pagaria neles.

 

RENEGOCIE SUAS DÍVIDAS COM BANCOS E FORNECEDORES

Se a empresa tem dívidas, uma maneira de honrá-las economizando é renegociá-las com os credores e tentar obter a menor taxa de juros possível. É preciso, no entanto, calcular a real capacidade que a empresa tem de pagar esse débito nas condições pleiteadas, levando em consideração o prazo de pagamento e as parcelas.

 

PLANEJE O ENDIVIDAMENTO DA SUA EMPRESA

O endividamento pode ser um trampolim para o crescimento da gráfica, mas terá que ser planejado. Organize-se para pagar juros menores, evitando as opções de acesso mais fácil, porém com taxas mais altas, como o cheque especial,. Compare as condições de financiamento em diversos bancos.

 

ELABORE UM BOM PLANO DE NEGÓCIOS E APRESENTE ESTE PROJETO AO BANCO.

O plano de negócios não serve só para dar um “norte” à empresa. Quando tiver projetos de expansão, estruture-os antes de ir ao banco. Com uma boa proposta, conseguem-se condições melhores de pagamento dos empréstimos.

 

NEGOCIE SEMPRE AS TARIFAS BANCÁRIAS BEM COMO OS JUROS QUE ESTES COBRAM SOBRE OUTROS SERVIÇOS.

Você sabia que uma boa fatia da receita da empresa é usada para pagar tarifas e juros bancários? Estes custos podem chegar ou até ultrapassar quase 1% do faturamento. No entanto, as tarifas podem ser renegociadas com o banco. Para conseguir uma redução, é necessário ter controle do caixa e estar em dia com os pagamentos.

 

EXISTE AINDA MAIS DE UMA DEZENA DE DICAS PARA A ÁREA FINANCEIRA.

Não podemos deixar de falar agora um pouquinho sobre MARKETING E VENDAS.

INVISTA NAS REDES SOCIAIS

Como exigem baixo investimento, as redes sociais, Facebook e Twitter, podem ser suportes para a divulgação da sua gráfica e de promoções. É preciso, no entanto, adaptar a comunicação para as novas mídias, levando em consideração o tamanho e o formato da mensagem e o público que terá acesso a ela. Quando usar essas ferramentas, monitore a receita que ela traz. Mesmo que o custo seja zero, a estratégia tem de gerar resultado, caso contrário é perder tempo. Utilize seu site para obter informações sobre o perfil e as preferências do consumidor de maneira econômica.

 

SEJA AMIGO DO REPRESENTANTE

Para divulgar os produtos e aumentar a receita sem ter de investir mais em marketing, aproxime-se do representante e crie soluções conjuntas. As promoções na própria empresa, com convites para eventos de treinamento técnico com um Cocktail ou Churrasco degustação ou a distribuição de amostras gratuitas, têm baixo custo. É possível também criar um programa de incentivo a vendas dos seus impressos, envolvendo sua equipe e eventualmente a dos representantes.

 

CONCENTRE-SE NO ESTRATÉGICO

Se a opção for reduzir verba de divulgação, não faça cortes horizontais, com a mesma porcentagem de redução para todos os segmentos. Calcule quais itens contribuem mais para o lucro da empresa por exemplo, Promocional, Editorial, Embalagem, Impressos para órgãos governamentais, etc. e corte no orçamento dos produtos marginais, que são responsáveis pela menor parte do lucro,

TAMBÉM NESTE ITEM, PODERÍAMOS DAR INÚMERAS SUGESTÕES O QUE PODE TRANSFORMAR ESTE ARTIGO EM UM LIVRO.

Estamos programando dar continuidade neste tema específico, onde para a GESTÃO ESTRATÉGICA DE CUSTOS, poderemos ainda acrescentar:

RECURSOS HUMANOS

GESTÃO DE QUALIDADE

BOAS PRÁTICAS EM TODAS AS ÁREAS

TECNOLOGIA GRÁFICA

FORNECEDORES DE MATERIA PRIMA

SERVIÇO DE TERCEIROS

E por aí afora.

 

Artigo de autoria de Thomaz Caspary , Engenheiro Gráfico, Coach, Consultor de empresas gráficas e diretor da Printconsult Ltda. – O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.