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Os gráficos estão atacando o pessimismo!

Thomaz Caspary *

            Gostaria de hoje aplaudir alguns donos de gráficas e gestores dinâmicos, que apesar das notícias diárias nos jornais, tomam atitudes sobre as quais estamos comentando há meses em nossos artigos, palestras e outras divulgações. Embora o governo não esconda o seu desconforto com o que denominam de “onda de pessimismo” dos brasileiros em geral, alguns gráficos inteligentes, estão promovendo em suas empresas uma série de mudanças para alcançar a rentabilidade almejada. Os resultados estão começando a aparecer e muitas já apresentam elevação de rentabilidade e de faturamento com margens positivas.

             Para os empresários gráficos atentos ao mercado, algumas gráficas estão contratando consultores de diversas áreas, seja na área de vendas e mercado, seja na área de Racionalização de Perdas, através do que chamamos de análises de Não Conformidade e que é monitorada diariamente pelo principal gestor da empresa e semanalmente pelo consultor que faz o coaching dos gestores da empresa. Outra atitude tomada é a revisão total, dos sistemas de custos e de pré-cálculo além de sistematizar o pós-cálculo para todas as Ordens de Serviço. Empresários mais pujantes estão fazendo “joint-ventures” com outras gráficas ou mesmo adquirindo gráficas menores ou setores de outras gráficas, mesmo departamentos de acabamento.

             Outros donos de gráfica, no entanto, dizem: “Eu preciso mudar”. Quantas vezes você já disse essa frase? E por que você não consegue fazer o que quer? Uma das coisas que influenciam nossas atitudes diárias é o nosso sistema de crença. A crença é um sistema de pensamentos que forma a base que vemos e experimentamos na vida. Assim nossos pensamentos determinam como percebemos nosso mundo. Formam, então, as nossas fronteiras que nos impedem de acionar qualquer mudança continuando a empurrar a empresa com a barriga, sem encontrar uma saída. Nossas crenças definem, limitam e influenciam nosso comportamento. Elas formam o que pensamos e o que não dizemos. Nossas crenças influenciam nossa vida como o trilho influencia o comportamento do trem. A maioria das pessoas acredita que controlam suas vidas, mas este controle é tão limitado quanto o controle que o maquinista tem sobre o trem. Na realidade, a única influência que o maquinista tem é sobre a velocidade. Ele pode diminuir ou aumentar a sua velocidade e se de resto nada muda, ele pode levar a gráfica mais cedo ou mais tarde para a insolvência.

             O importante é você saber tudo sobre a sua gráfica, sua estrutura, pontos fortes e fracos, seu relacionamento com o mercado e a sua comunicação e marketing de relacionamento, se é que você possui e utiliza esta técnica. Um clássico da área de Marketing é a história do Hamburger mundialmente famoso. Você conhece algum sanduíche mais gostoso do que o “McDonald´s”? Certamente que sim. Então, se existem tantos lanches mais gostosos porque as lanchonetes que você freqüenta, não ganham tanto ou mais dinheiro do que esse gigante do Hamburger? A razão é simples. Ele pensa somente em ter o melhor produto e não sabe quase nada de negócio. Quem cresce entende de vendas, compras, marketing, mercado, sabe se comunicar, enfim tudo que envolve um negócio. O mundo está cheio de pessoas talentosas. Com muita freqüência, são pobres ou tem dificuldades financeiras ou ganham menos do que poderiam não pelo que sabem, mas pelo que não sabem. Concentram-se em aperfeiçoar suas habilidades de fazer um melhor lanche. Talvez o “McDonald´s” não faça o melhor hambúrguer, mas é o melhor no oficio de vender e entregar sanduíches.

             Donos mais astutos, de algumas gráficas, quando treinam seus filhos para assumirem seus lugares, os fazem percorrer vários departamentos com a ajuda de um Coach, para aprender todos os aspectos do negócio. Isso dá a eles uma visão geral de todas as áreas da empresa. Ainda hoje, se considera uma atitude inteligente. Sem dúvida nenhuma, a habilidade de conhecer profundamente o que a gráfica faz, como e a quem vender, como se comunicar, como negociar com outras pessoas, seja cliente, funcionários, chefe, são cruciais para uma vida de sucesso, afinal estamos sempre mediando alguma coisa.

             Muitos empresários gráficos têm o costume de não levar o planejamento estratégico ou Plano de Negócios à sério e, isso faz com que as empresas caminhem “à toque de caixa”, ou seja, resolvendo os problemas conforme eles aparecem. Ao longo dos mais de 25 anos em que me encontro à frente da Printconsult, empresa especializada em Planejamento Estratégico e implantação de Boas Práticas de Fabricação e Gestão em gráficas de todas as áreas de atuação, percebi que só um planejamento bem estruturado nos permite alcançar os objetivos desejados, de maneira efetiva com resultados a curto, médio e longo prazo. Acontece que o gráfico é imediatista e acredita que contratando um consultor, terá resultados no dia seguinte, não levando em conta que o trabalho é conjunto, ou seja, o consultor sozinho não resolve todos os problemas da gráfica como num passe de mágica. O dono da gráfica é o Homem-Chave para as soluções, pois é ele que dá o SIM final, em função de seu bom senso, sempre aconselhado por uma pessoa de bons conhecimentos do mercado.

             Poucas vezes paramos para pensar o que realmente significa a palavra planejamento. Creio que todos podem dar uma definição, mas poucas pessoas realmente compreendem a grandeza do significado inserido nessa palavra. Com a experiência adquirida, posso apontar duas boas definições para planejamento, que se complementam: pensar antes de agir e prever o futuro para concretizá-lo da maneira que desejamos. Para uma gráfica, é imprescindível ter uma linha de ação pré-definida, não deixando que os problemas surjam sempre na última hora. Pelo contrário: quando temos em mente aquilo que vamos fazer, os problemas de última hora tendem a ser mínimos. Você pode pensar: “As coisas não costumam sair exatamente como idealizamos e, por isso, sempre teremos imprevistos”. Isso é verdade, mas para quem planeja, existe a vantagem de se ter uma saída previamente estabelecida. 

             Feito o planejamento é chegada a hora de “colocar a mão na massa”. Programar e operacionalizar um plano estratégico representa quase a última das etapas de um planejamento. Essa não deve ser a primeira preocupação de uma gráfica que deseja alcançar bons resultados. Para fechar o planejamento, temos que fazer o controle e a avaliação daquilo que foi realizado. Com essa avaliação, podemos descobrir em quais momentos fomos bem sucedidos e em quais ainda precisamos melhorar. Desse modo, podemos manter as Boas Práticas e corrigir as que ainda podem ser melhoradas.

 *Thomaz Caspary é consultor de empresas e diretor da Printconsult Ltda.

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